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PENHA

7 de maio de 201976050
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Largo do Rosário Penha de França é o bairro mais antigo de São Paulo e começou a ser povoado no entorno da capela de Nossa Senhora da Penha. A capela foi construída em 1667 pelo padre Jacinto Nunes de Siqueira. Antes dessa data há registros da existência de uma ermida no topo do morro do Aricanduva, entre os vales do rio Tietê e do rio Aricanduva, construída pelo padre Mateus Nunes de Siqueira entre 1630 e 1650.

A Penha, tem suas raízes ligadas diretamente à história de São Paulo. É por seus caminhos que os bandeirantes buscavam indígenas para escravizá-los ou mesmo catequiza-los. Isso lá pelos idos de 1600. A história nos conta que o bairro foi fundado pelo padre licenciado Mateus Nunes de Siqueira e por seu irmão, padre Jacinto Nunes de Siqueira. Por volta de 1660, o licenciado Mateus tinha um fazenda com igreja e um grande curral. Ao local foi dado o nome de Nossa Senhora da Penha.

O crescimento da fazenda veio do dinheiro que o padre deixou à Igreja de Nossa Senhora. Antes disso um grande numero de pessoas deixara seus bens em testamento para a mesma igreja. Logicamente, a capela cresceu em beleza e tamanho, assim como o pequeno povoado em seu entorno. A história dessa santa nasceu na França como “Notre Dame de France”, nas cercanias de grandes montes. Daí Nossa Senhora do Monte, que no Brasil tornou-se Nossa Senhora da Penha. Penha significa “grande massa de rocha isolada e saliente”, “penhasco”ou “penedo”.

A história da Penha é marcada por uma lenda. Conta-se que um viajante francês que percorria o Brasil estava em São Paulo, e certa vez pernoitou pelos lados de onde hoje é o bairro. Amarrada ao cavalo estava uma imagem de Nossa Senhora. Ele acordou no outro dia e pôs-se a caminho. Léguas adiante deu pela falta de santa.

Voltou e encontrou a imagem no mesmo lugar onde havia dormido. Colocou –a de volta no alforje e partiu. Horas depois, o viajante descobriu que a Nossa Senhora não estava mais com ele. Voltou novamente e lá estava ela, no mesmo lugar. Não deu outra, ele chegou à conclusão de que a santa escolhera aquele local para ficar. Assim, o Francês construiu ali uma capela.

O crescimento do bairro transcorreu de modo calmo e pequenas vilas foram se formando ao seu redor. No correr dos anos e do desenvolvimento do bairro, as festas em louvor da santa foram perdendo a religiosidade e os padres reclamavam das bebedeiras e dos bandidos que infestavam as ruas calmas da Penha. Nos primeiros anos do século XX, havia um pequeno ajuntamento de casas e grandes chácaras na região.

Estas foram sendo cortadas e recortadas para se transformar em loteamentos. Entre eles estão alguns bairros que receberam o nome “Penha”, como atrativo de vendas, como é o caso da Chácara Penha e do minúsculo bairro Penha de França.

A Penha, ficou com um ar bucólico e bem paulistano, mesmo com o franco progresso se instalando na região. Talvez com saudade dos tempos das procissões.

Alexandre Bueno

Jornalista/Editor Geral


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