Livro: O Homem que dormia com elefantes

Ficção para mudar a realidade das ruas

Uma das novidades no mercado literário, neste início de setembro, é o lançamento do segundo livro do escritor e jornalista paulistano Mario Cesar Santos, morador da zona leste de São Paulo. Sua obra, “O homem que dormia com elefantes”, traz uma mistura de ficção e realidade, com foco na questão dos moradores de rua de todo o país. Além de leitores, o livro pretende conquistar novos doadores para ONGs que trabalham no apoio e ressocialização desta população. Uma contribuição minúscula, diz Mario Santos, que explica como funciona a campanha batizada de “Literatura Solidária”. Cada livro comercializado reverte R$ 1,00 (um real) para a entidade assistencial indicada pelo próprio leitor. “É pouco, diante da necessidade de investimentos nesta área, mas a campanha pretende atrair mais pessoas para tentar minimizar o problema”. Sobre o valor do repasse, o escritor explica que é uma iniciativa individual. “Cerca de 90% do preço de um livro fica para os custos das editoras, ainda assim, decidi usar parte deste pequeno lucro de escritor para tentar as ONGs, com o apoio dos leitores”. A ideia é combinar a venda do livro com o incentivo às doações, por isso chama a campanha de “Literatura Solidária”. Antes de colocar a ideia em prática, o escritor diz ter sido questionado por amigos. ” Um deles me perguntou: – E o que uma ONG vai fazer com apenas um real? Minha resposta é que é justamente mobilizar mais pessoas para que a ONG não receba só um real, mas vários”. Para manter contato com os leitores interessados em participar e para obterem mais informações, além de indicarem, eles próprios, a ONG que deverá ser beneficiada pela doação, o escritor colocou à disposição um endereço eletrônico (ohomemquedormiacomelefantes@gmail.com). O leitor adquire o livro pelo site da editora e usa o e-mail para mandar a cópia do cupom de compra e sua indicação da entidade que deve receber o repasse de R$ 1,00 (um real) por livro. Depois, o escritor envia ao leitor, o comprovante da doação feita para a ONG escolhida.

Sinopse

livro

A sinopse do livro, que tem venda exclusiva pelo site da startup de autopublicação Uiclap Editora, conta a saga do morador de rua a partir de sua morte, numa manhã chuvosa e fria, atravessando a rua, atrapalhando o trânsito da pequena São Félix do Mar, sem que ninguém soubesse sequer seu nome. Todo o mistério começa a ser desvendado quando um morador da cidade, que doava roupas ao idoso de vez em quando, tenta evitar seu enterro como indigente. Ele decide ir atrás de uma foto e um nome para colocar no túmulo do amigo desconhecido. Com a liberação de acesso ao porão onde o idoso morava como invasor, o detetive amador se depara com um cobertor com desenhos de elefantes. Por isso, enquanto investiga, o chama apenas de “O homem que dormia com elefantes”. Ao localizar uma caixa de documentos e um diário, escondidos pelo próprio falecido, toda São Félix se surpreende com a trajetória de vida daquele homem. Em seu diário, o homem fala do sonho de viver para escrever. Enquanto os documentos, porém, demonstram que lhe foi permitido apenas o direito de escrever para viver de sonhos.

A publicação

A publicação deste livro, conclui o autor, “é a realização do sonho de um homem que queria ser escritor. Conta sua vida de adolescente aventureiro, sindicalista, preso político, paciente num hospital psiquiátrico, até virar o invisível morador de rua. Descobrir quem era ‘O homem que dormia com elefante’ foi tão impactante para São Félix do Mar que a cidade nunca mais foi a mesma.”

Literatura Solidária

A campanha “Literatura Solidária” convida as próprias entidades sociais a participar na divulgação do livro em suas redes sociais. E a primeira entidade a demonstrar interesse pela obra e pela campanha é a Conecta Brasil, que reúne 180 entidades que desenvolvem projetos sociais em todo o Brasil. “Iniciamos contatos esta semana e logo estaremos espalhando a solidariedade pelas redes sociais de todas estas entidades. É muito gratificante encontrar um caminho para ajudar socialmente com minha obra”, encerra o autor.