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Entenda os desafios dos psicólogos com o alto índice de transtornos mentais no pós-pandemia

3 de setembro de 202216520
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A Dra. Ana Flávia Parenti, coordenadora do curso de Psicologia da Unicid, explica as mudanças nos atendimentos durante o isolamento social e como o cenário impactou a sociedade

O número expressivo de diagnósticos de depressão, ansiedade e outros transtornos mentais já estava sendo notado antes da pandemia. Em especial no Brasil: em 2019, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam um crescimento de 25% em casos de ansiedade e depressão, tornando o país mais ansioso do mundo. Agora, observando o durante e depois do isolamento social, profissionais da área apontam que, sim, houve uma intensificação de casos relacionados à saúde mental na população.

A Profa. Dra. Ana Flávia Parenti, coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Cidade de S. Paulo (UNICID), ressalta que a pandemia, com todas as suas consequências (mudar toda a rotina, por exemplo), gerou muito estresse e muitas informações ao mesmo tempo para população processar. “O isolamento piorou qualquer condição emocional que já existia, o que fez com que muitas pessoas que antes relutavam em buscar ajuda psicológica se vissem na urgência desse cuidado”, diz a psicóloga.

Ana aponta que o confinamento, a falta de contato entre as pessoas, a necessidade de trabalhar home office, os adoecimentos, as mortes em níveis nunca vistos, entre outras questões, desencadearam fragilidades emocionais na sociedade de uma forma brusca. “Além da pandemia, temos um país com grandes desigualdades sociais, que aumentaram muito nos últimos anos, as cobranças no ambiente de trabalho, crise financeira e incertezas sobre o futuro. Outro fator que impacta o emocional de alguns pacientes é a era do imediatismo, onde tudo deve ser respondido e resolvido imediatamente. Ler uma mensagem e demorar para responder se tornam motivos de altas doses de estresse para algumas pessoas”, exemplifica.

“Com todo esse cenário, houve uma busca muito grande pelos serviços de psicologia e psiquiatria nesse período, e ainda sentimos os reflexos. De certa forma, podemos entender como algo positivo, pois estamos aos poucos vencendo a resistência ou preconceito com o atendimento psicológico e psiquiátrico. E quanto maior o número de pessoas que buscam ajuda, mais longe estaremos do estereótipo de que é coisa de doido”, reflete. “A população está começando a entender que todo mundo, em algum momento da vida precisa de apoio, orientação ou auxílio para lidar com suas questões emocionais”, destaca a professora.

A psicóloga salienta que o isolamento foi muito negativo para crianças e jovens, principalmente na idade escolar. Isso porque rapidamente foram obrigados a ficar dentro de casa e se adaptar à nova realidade. “Dois anos depois, estão novamente de volta ao convívio social. Toda esta condição pode parecer bastante assustadora para alguns de nós, mas para as crianças e adolescentes é bem pior”.

Nos atendimentos psicológicos, Ana explica que teve uma adaptação na maneira de realizar as consultas, para que pudessem continuar acompanhando e dando suporte aos clientes. “Mas vale ressaltar que o formato remoto não surgiu com a pandemia, pois o Conselho Regional de Psicologia já permitia profissionais devidamente cadastrados e autorizados em atender nesta modalidade. O período apenas aumentou o número de psicólogos aptos para o online. Muitos clientes se sentiram mais à vontade para buscar ajuda havendo a possibilidade da consulta assim, seja por questões de horário, deslocamento, distância e até mesmo por sentir mais conforto para falar estando no ambiente doméstico”.

Atualmente, os serviços psicológicos estão mais viáveis. “Muitos profissionais atendem por meio de convênios médicos, o que facilita o acesso, além de Clínicas-Escolas de Psicologia presentes em universidades onde o curso é oferecido, que normalmente possuem valores sociais, contribuindo com suporte acessível para grande parte da população”, coloca.

Por fim, a coordenadora do curso de Psicologia da Unicid alerta que buscar por profissionais da saúde mental se faz cada vez mais necessário. “Não podemos deixar que o preconceito nos impeça de estar bem consigo próprio”.

Atendimento psicológico gratuito

A Unicid oferece o serviço psicológico gratuito na Clínica-Escola, com atendimentos para crianças a partir de 5 anos, adolescentes e adultos. Para se inscrever, o interessado deve entrar em contato pelo telefone 2178-1596, de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h30, e aos sábados das 8h30 às 13h.

 

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Alexandre Bueno

Jornalista/Editor Geral


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