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É tempo de despertar a sociedade para os perigos do câncer de pele

17 de dezembro de 202032140
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Doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país e Dezembro Laranja alerta sobre o problema com a chegada do verão

Os números de câncer de pele no Brasil são preocupantes. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país, sendo os carcinomas basocelular e espinocelular (não melanoma) responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Já o câncer de pele melanoma tem 8,4 mil casos novos anualmente. Segundo a instituição, os números de incidência do câncer de pele são maiores do que os cânceres de próstata, mama, cólon e reto, pulmão e estômago.
Para alertar a população para esta doença, há sete anos a Sociedade Brasileira de Dermatologia criou o Dezembro Laranja, principalmente em razão da chegada do verão neste mês o assunto merece ainda mais atenção. “Caso o tumor seja detectado precocemente, apresenta altos percentuais de cura. Daí a importância da campanha para conscientização e prevenção da doença”, ressalta a dermatologista Julyanna do Valle Lima (CRM 16116). “Algumas lesões de câncer de pele podem ser silenciosas e não manifestar sintomas como dor e coceira”.
A médica destaca que é preciso prestar atenção em pintas que crescem, manchas que aumentam, sinais que se modificam ou feridas que não cicatrizam, são questões que podem revelar o câncer de pele. “Este autoexame (observação de si mesmo) frequente facilita o diagnóstico e tratamento precoces. Ao notar algum dos sintomas, procure um médico especialista em dermatologia”, aconselha Julyanna, que dá uma dica. “Existe uma regra adotada internacionalmente, o ‘ABCDE’, que aponta sinais sugestivos de tumor de pele do tipo melanoma”.

Veja a seguir algumas observações:

Assimetria: uma metade do sinal (mancha, pinta) é diferente da outra;
Bordas irregulares: contorno mal definido;
Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul);
Diâmetro: maior que 6 milímetros;
Evolução: mudanças observadas em suas características (tamanho, forma ou cor). Muitas vezes alterações como estas na pele não são causadas por câncer, mas é importante que elas sejam investigadas por um dermatologista.

Cuidados

Assim como em outros tipos de câncer, o histórico familiar da pessoa precisa ser analisado. “A hereditariedade desempenha um papel central no desenvolvimento do melanoma. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em parentes de primeiro grau”, salienta Julyanna do Valle, alertando que pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos, de olhos claros, com muitas pintas ou com incapacidade para se bronzear também precisam ter atenção especial.
Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares;
Cobrir as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e chapéu de abas largas;
Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10h e 16h;
Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material;
Usar filtros solares diariamente e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Reaplicar o filtro solar a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço;
Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas;
Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses;
Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.

Tratamento

A cirurgia para retirada do tumor é o tratamento mais indicado nos casos de câncer de pele, mas dependendo do nível da doença, ela pode ser acompanhada de radioterapia e a quimioterapia. Além disso, existe também a terapia fotodinâmica, que consiste no uso de um creme fotossensível e depois uma aplicação de uma fonte de luz. “Felizmente, há diversas opções terapêuticas para o tratamento do câncer da pele não-melanoma. A modalidade escolhida varia conforme o tipo e a extensão da doença, mas, normalmente, a maior parte dos carcinomas basocelulares ou espinocelulares pode ser tratada com procedimentos simples, como a cirurgia excisional, terapia fotodinâmica, curetagem e eletrodissecção. Já no caso do melanoma, o tratamento varia conforme a extensão, agressividade e localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente”, explica a dermatologista Julyanna do Valle.

 

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Alexandre Bueno

Jornalista/Editor Geral


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